Em 21 de julho de 1984, instalava-se o CÂMPUS V, marcando a presença definitiva da Universidade na Região. Um Câmpus que veio para ficar, para servir, sem portar milagrosas fórmulas de resgatar todas as esperanças dos pinheirenses. O Câmpus Universitário instalou-se para prestar sua contribuição efetiva ao processo de desenvolvimento regional. O Câmpus V existe para servir à Região e não apenas ao munícipio ou à Cidade de Pinheiro.
Ao ser hoje inaugurado, o Câmpus Universitário da Região da Baixada Ocidental Maranhense não está concluído. Está ainda apenas começando. Sua trajetória deverá ser longa, renovando-se permanentemente, como é a trajetória da Universidade.
O Câmpus V pertence a todos os habitantes da Região e ele será o que esses habitantes desejarem. Como obra interminável, por não ser apenas de pedra e cal, terá de ser fator preponderantemente para que sua própria comunidade promova seu projeto de desenvolvimento.
Um Câmpus Universitário não é uma repartição pública, nem tampouco um escritório da Universidade. Ele representa a Universidade integralmente e, a partir dele, a Universidade executa seus diversos papeis.
Que as festividades de inauguração do Câmpus V, em Pinheiro, façam florescer não só as esperanças, mas uma vontade coletiva de toda a região, no sentido, de que nela a Universidade Federal do Maranhão efetivamente, como um porto seguro, onde a âncora de sua sustentação não seja apenas de pedra e ferro, mas de coragem e determinação.
A região da Baixada Ocidental Maranhense, polarizada em Pinheiro, sempre foi conhecida como a região da esperança. Seus habitantes cultivam a arte de esperar que o amanhã possa ser melhor do que o hoje, sem muita diferença do que foi ontem.
A esperança é sempre um ato de esperar o que se apetece. É a confiança em um dia obter. Além do mais, a esperança é ainda a segunda virtude teologais, simbolizada por um instrumento que na baixada maranhense incorpora as relações entre o homem e suas águas: a âncora.
Os sentimentos, os anseios e os sonhos dos pinheirenses foram sempre repletos de esperanças mas, dentre tantas que se acumularam no decorrer de suas vidas, a de ver chegar a Universidade foi a mais recente.
Vem de longe o propósito da Universidade Federal do Maranhão se integrar à Baixada Ocidental entre as áreas de sua atuação. Mas o ato formal de interiorizar-se deu-se por decisão do Conselho Universitário, em 1981, estabelecendo campi universitários em cidades cujas áreas de influência regional atinjam a totalidade do território maranhense.
Tudo começou, em Pinheiro, no período de 23 a 25 de novembro de 1983, quando se realizava o Seminário “PINHEIRO E A BARRAGEM DE PERICUMÃ: PRESENTE E FUTURO”, com o propósito de refletir e propor medidas que visassem à melhoria da qualidade de vida da Região. Naquela oportunidade, discutia-se a “obra do século”, como foi chamada, trazendo, até certo ponto, perplexidade à população, que desconhecia os efeitos que a barragem ocasionaria no ecossistema local. Era a primeira vez que a UFMA enfrentava o debate sobre os problemas de Pinheiro.
Fonte: Extraído do Folheto Câmpus V - Pinheiro, publicado em 1 de outubro de 1988